Uma campanha feita para tocar sua carreira como dev_

O Cenário

Se você parar pra conversar com os principais líderes das empresas que desenvolvem soluções digitais, a grande maioria vai contar o mesmo problema: a dificuldade de encontrar profissionais no mercado. E pior do que não conseguir contratar é ver aquele colaborador excelente partindo com código e cuia para uma outra empresa, sem mais nem menos. E sem querer me estender muito no cenário, isso se tornou ainda pior com a pandemia. Afinal, os grandes grupos globais estão vindo no Brasil comprar os grandes talentos a preço de dólar.

Em meio a esse toma-lá-dá cá, existe a Invillia, uma gigante brasileira do setor que trabalha para 3 em cada 5 unicórnios quando o assunto é digitalização do mercado. Alguns ainda não conhecem, outros acham que ela é gringa, mas a real é que a empresa tem feito bonito por aí e isso atraiu o Grupo Compasso Uol. Com a aquisição, a tech aumentou e então voltamos ao início do papo: ela tem procurado mais talentos no mercado.

E é nessa hora que eu entro a convite de André Piva, Diretor de Inovação e amigo de décadas que a publicidade me apresentou. Eles queriam fazer uma campanha para os developers do mercado e mostrar a Invillia de forma mais forte (publicitariamente falando). Foi assim que há uns 6 meses nasceu a Campanha Hello, Strangers. Com um tom geek-cômico e bem diferente da caretice das outras techs, a comunicação estabeleceu uma identificação imediata com o developer que andava se sentindo meio estranhão na tech onde trabalhava. Sabe aquela sensação de que você não deveria estar trabalhando naquele lugar meia boca, sem objetivo e realização? É basicamente isso. Criamos 5 filmes, uma landing, diversas peças de comunicação nas redes sociais e o resultado foi incrível. A propósito, se quiser dar uma olhada, clica aqui.

Agora, estamos lançando a segunda campanha dentro do mesmo sentimento de se sentir strange. Porém, essa comunicação de agora não poderia ser apenas uma extensão do que fizemos. A gente tinha que dar um passo além. E foi pensando nesses desenvolvedores, codando na solidão das suas estações de trabalho, que me veio a seguinte ideia: esses caras parecem que estão tocando no teclado do computador.

A ideia em um tweet:

Um developer, na solidão da sua mesa de trabalho, tocando no teclado de um computador, uma música geek-cômica que fale sobre como ele se sente estranhão na tech onde trabalha.

Algoritmos & Poesia

A partir daí, a ideia precisava ser desenvolvida a ponto de ficar de pé e mostrar seu poder. O primeiro passo seria escrever o que seria a base da letra: termos hackers que se encaixassem dentro de um algoritmo de utilização pelos developers e, ao mesmo tempo, desse pano pra manga para um significado paralelo de vida.

Este foi um processo incrível feito a 8 mãos. Escrevi a base, André Piva colocou o espírito Invillia, Oswaldo Neto trocou alguns termos de programação por outros mais bacanas e Júnior Carelli transformou poesia em música. Em poucas palavras, foi basicamente isso 🙂

Hello, stranger

I’m a dev like you

Feeling completely null

Hello, there’s a code smell in the air

Maybe it’s a magic number

Or a simple bug inside my head

A dev trying to understand

Why do I feel so strange?

Troubles that haunt as waterfalls

We re not following the same paradigm

And, believe me, it really hurts

I’m lost in a bootstrap

Asking myself If I’m human

Or a dongle bad connected?

A dev trying to understand

Why do I feel so strange?

Hey, 

There’s a Greenfield

And it’s your Groundhog Day

They’ve launched a new puppet machine

That says your work is just ok

Hey, please, don’t listen to those daemons

that’s all I have to say

Hello, stranger

I’m a dev like you

working on a f* legacy code 

Hello, I’m running from a bottle neck

Maybe we can pair programming 

Do you know the absolute path?

Code bloats in the middle of nowhere

We aren’t writing the same typescripts

And, believe me, I don’t care.

Hey, 

There’s a Greenfield

And it’s your Groundhog Day

They’ve launched a new puppet machine

That says your work is just ok

Hey, please, don’t listen to those daemons

that’s all I have to say

I’m looking for trucks, bikes, cross walking

Am I failing in my captcha?

You are over engineering

Leave me in my shell

Fill your timesheet

[What? No way. They blocked my account again]

A dev that’s trying to understand

Why? Tell me why?

Why do I feel so strange?

Tocar em um teclado de computador

O segundo passo era entender se dá para tocar em um teclado de computador e o principal: saber se fica bom na prática. No Youtube, encontrei um cara do Vietnam e um outro da Rússia. Dando uma bisbilhotada na bio do Russo, descobri que ele era um developer e que tinha criado seu próprio app musical.

Estava no caminho certo, mas o ideal seria arrumar um músico geek brasileiro para fazer as coisas andarem de uma forma mais prática. Foi aí que a minha esposa disse: "conheço um músico que é bem capaz de conseguir". E foi então que conheci Júnior Carelli, um dos maiores tecladistas do Brasil (pergunte ao Google) e um sujeito tão geek a ponto de ter uma X Wing de Star Wars tatuada no pescoço e uma filha chamada Aria em homenagem à uma das grandes personagens de Game of Thrones.

Bo Burnham como inspiração

Bo Burnham é um comediante incrível que, durante a pandemia, escreveu, produziu e editou um musical inteiro dentro da sala de casa. Além disso, ele tem um humor ácido repleto de críticas sociais, o que faz com que a gente ria da nossa própria tragédia.

O raciocínio aqui foi: "se um developer fosse criar uma música para falar das suas desilusões com o trabalho que está fazendo, como seria?". E foi o que fizemos.

Hello, Strangers II
Cliente: Invillia
Head de inovação: André Piva
Concept e Criação: Rodolfo Barreto
Música: Junior Carelli, Rodolfo Barreto, André Piva e Oswaldo Neto
Produção, mixagem e masterização: Junior Carelli
Direção e fotografia: Rudge Campos
Assistência de produção: Emerson Platkev e Sara Collins
Design: Thiago Bhering
Web Design: Monique Rossomano
Programação: Erick Amaral e Caio Spoladore
Motion: Tomás Casas
Locução final: Kadu Torres
Revisão: Claudia Motta
Produção: Foggy Filmes
Marketing Manager: João Victor de Lucca
Community Manager: Maynara Santos
Aprovação: Renato Bolzan